A televisão estreou mais uma telenovela, “Os sete pecados”.
Não vou falar dela, já que só vi o anuncio, mas o titulo trouxe-me á ideia de um pecado que grassa desde sempre e, que é o nosso pecado oculto – a inveja.
A inveja veio desde sempre, nasceu com a descendência do primeiro casal.
A inveja originou um tipo de julgamento no Estado de Atenas o “ostrakimós”o qual deu origem á nossa palavra ostracismo, em que quando um cidadão se destacava por um poder extraordinário, e para que a sua ambição não extrapolasse, era banido por um período de dez anos. Esse julgamento era escrito em casca de ostra a razão do termo
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A inveja, ultrapassou civilizações e está sempre presente. Todos os dias ouvimos pelas media o pedido da “cabeça” de um ministro, de um treinador de futebol ou de um administrador de certa empresa, entre outros detentores de decisão. Normalmente, e com excepções, o visado quis mudar o sistema, ou fazer um trabalho de fundo, que poderia dar ou não bons resultados, mas logo no grupo de trabalho a inveja aparece
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A inveja, manifesta-se por não se ter tido a ideia, por não se ter a capacidade de efectuar o trabalho, ou da projecção que do mesmo possa advir Raramente nos consciencializamos dos motivos que nos leva á inveja.
Miguel Torga, escreveu no seu Diário, volume XIV, 1987:
“ È escusado. Em nenhuma área de comportamento social, conseguimos encontrar um denominador comum que nos torne a convivência harmoniosa. Procedemos em todos os planos da vida colectiva, como fidagais adversários. Guerreamo-nos na política, na literatura, no comércio e na indústria. Onde estão dois portugueses estão dois concorrentes hostis à Presidência da Republica, à chefia do Partido, à gerência dum Banco, ao comando da corporação dos bombeiros. Não somos capazes de reconhecer no vizinho, o talento que nos falta, as virtudes de que carecemos. Diante do sucesso alheio ficamos transtornados, e, vingamo-nos na sátira, na mordacidade e na maledicência.”
José Gil, no se livro “Portugal hoje-o medo de existir” escreve a certo ponto:
“ A inveja, enquanto sentimento, tende imediatamente a agir sobre o invejado. Não é por acaso que as «invejas», pertencem ao vocabulário da Bruxaria.”
Infelizmente, a inveja não está circunscrita só a esse vocabulário, ela coexiste connosco no nosso dia-a-dia.
Zuemir Ventura, no seu livro “Inveja – mal secreto”, escreve:
“Quase todas as histórias de inveja, demonstram que dificilmente ela age sozinha, está sempre em má companhia. Pertence a uma família incestuosa, em que ás vezes não se sabe quem é a filha e quem é a irmã, sabemos apenas que todos são parentes. A inveja lembra o ciúme, mas também a cobiça, e com os dois se confunde. È mesquinha como a avareza, e mantém com o ódio relações tão estreitas que há quem diga que uma não existe sem a outra.”
Não foi por inveja que houve o primeiro homicídio que a Bíblia relata?
A inveja destrói a nossa sociedade e ela grassa até dentro das nossas famílias, realidade que é tão intrínseca no nosso ser, que já o apóstolo Paulo exortava “alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram” Rom.12:15
Olhemos para nós mesmos e assim olhando para os outros façamos o nosso contributo, para que no núcleo em que vivemos, pelo menos, ela não campeie e sejamos mais felizes.
Bibliografia:
Diário – Miguel Torga
A Inveja – Mal secreto Zuemir Ventura – Editora Palavra
Portugal Hoje – O medo de existir José Gil – Editora Relógio D’Água
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Nelson Lino
Janeiro 2008
Friday, January 25, 2008
Monday, January 14, 2008
2008
Num mundo cada vez mais global, a Europa deve assumir-se como base de um diálogo inter cultural.
Assim, era pertinente que o ano de dois mil e oito, fosse considerado o Ano Europeu do Diálogo Inter cultural, como já foi declarado.
Graças á União Europeia reassume-se as suas fronteiras do Atlântico aos Urais. A nova Europa não pode esquecer a sua base cultural mediterrânica e helénica, já que foi e será um cruzamento de culturas, de religiões e de comércio, enfim o eixo Oriente, África, Américas.
Realidade que vem de há muito, pois já o Apóstolo Paulo, nas suas viagens missionárias, se apercebeu de quando em Atenas, se encontrou com alguns filósofos, epicureus e estóicos (1) embora tal como outrora a generalidade das conversas transpuseram gerações e são idênticas (2).
Mas, afinal qual será o nosso contributo para que no final de dois mil e oito, possamos nos congratular de ter conseguido o alvo proposto.
Porventura, teremos de ter a experiência de Pedro em Jope, para olharmos e aceitarmos o nosso vizinho que veio de Leste ou das Balcãs, que nada tem com as nossas raízes culturais?
Hoje, e, embora com outros nomes, nas nossas cidades encontramos como Lucas relata em Actos dos Apóstolos (3) pessoas oriundas de todas as partes “ partos, medos e elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judeia e Capadócia, Ponto e Ásia, Frigia e Panfilia, Egipto e partes da Líbia, perto de Cirene, forasteiros romanos, cretenses e árabes”.
Nunca como hoje será necessário esse diálogo, que acreditamos enriquecedor, e para tal será necessário sair do nosso cantinho, da nossa comodidade, da nossa congregação, recebendo-os como eles são oferecendo-lhes uma nova perspectiva de integração com amor, utilizando a estratégia de Paulo (4) não desprezando a sua cultura, os seus hábitos e até a sua religiosidade, para apresentar-lhes Jesus Cristo, como caminho na tolerância, ao diálogo e como solução para o Homem de hoje, num projecto que todos vamos ganhar.
1-Actos 17:18
2-Actos 10:9-23
3-Actos 2: 9-12
4-Actos 17:23-34
Nelson Lino
Assim, era pertinente que o ano de dois mil e oito, fosse considerado o Ano Europeu do Diálogo Inter cultural, como já foi declarado.
Graças á União Europeia reassume-se as suas fronteiras do Atlântico aos Urais. A nova Europa não pode esquecer a sua base cultural mediterrânica e helénica, já que foi e será um cruzamento de culturas, de religiões e de comércio, enfim o eixo Oriente, África, Américas.
Realidade que vem de há muito, pois já o Apóstolo Paulo, nas suas viagens missionárias, se apercebeu de quando em Atenas, se encontrou com alguns filósofos, epicureus e estóicos (1) embora tal como outrora a generalidade das conversas transpuseram gerações e são idênticas (2).
Mas, afinal qual será o nosso contributo para que no final de dois mil e oito, possamos nos congratular de ter conseguido o alvo proposto.
Porventura, teremos de ter a experiência de Pedro em Jope, para olharmos e aceitarmos o nosso vizinho que veio de Leste ou das Balcãs, que nada tem com as nossas raízes culturais?
Hoje, e, embora com outros nomes, nas nossas cidades encontramos como Lucas relata em Actos dos Apóstolos (3) pessoas oriundas de todas as partes “ partos, medos e elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judeia e Capadócia, Ponto e Ásia, Frigia e Panfilia, Egipto e partes da Líbia, perto de Cirene, forasteiros romanos, cretenses e árabes”.
Nunca como hoje será necessário esse diálogo, que acreditamos enriquecedor, e para tal será necessário sair do nosso cantinho, da nossa comodidade, da nossa congregação, recebendo-os como eles são oferecendo-lhes uma nova perspectiva de integração com amor, utilizando a estratégia de Paulo (4) não desprezando a sua cultura, os seus hábitos e até a sua religiosidade, para apresentar-lhes Jesus Cristo, como caminho na tolerância, ao diálogo e como solução para o Homem de hoje, num projecto que todos vamos ganhar.
1-Actos 17:18
2-Actos 10:9-23
3-Actos 2: 9-12
4-Actos 17:23-34
Nelson Lino
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